Na noite em que a lua não nasceu eu recusei-me a olhar o céu e escondi-me sob os lençois. Tive medo. Lá fora... Lá fora o céu era de um vermelho sangue como se ela chorasse e as searas de trigo estavam cobertas de neve. Um Inverno Vermelho, uma Noite sem Lua e cristais que reluziam em tons que corriam desde o branco puro ao carmesim.
Na noite em que a lua não nasceu saí à rua e olhei o céu, como era bonito aquele espectáculo de fogo de artíficio ao não luar, aquela salva de explosões de luz e de noite, de noite e de mim. Fechei os olhos na noite em que a lua não nasceu, só para sentir o vento que soprava desejando o zero absoluto.
Na noite em que a lua não nasceu não voltei a abrir os olhos. A lua procurou-me no dia seguinte, em vão, pelo carmesim prateado da neve, e o vento chamou o meu nome. As explosões de luz continuam, já chegaram, já partiram. Agora despertam corações e fecham os olhos a quem espera a lua que para eles não nasceu neste dia. Para nós é a noite em que a lua não nasceu, para os outros é apenas mais uma Guerra...
by Eric
13.11.2007
Monday, November 12, 2007
Inverno Vermelho
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